terça-feira, 11 de outubro de 2011

"E que a minha loucura seja perdoada, porque metade de mim é amor e a outra metade...também." (Oswaldo Montenegro)



Porque existem horas nessa vida que só a arte ou o bom humor podem nos salvar...
Vim ao mundo para questionar, para me entender, para ser feliz, por isso escrevo; palavras são minha terapia, meu remédio, meu ponto de fuga e encontro. Na arte eu me busco. É lá que sempre estou; procurando o verbo, indagando a letra, consolando a frase que chegou ao fim. Quer me conhecer? Me encontre naquele romance antigo, segundo parágrafo, mostrando que a solidão não deve se atravessar a sós. Talvez eu possa- e isso é quase certo – me mudar pros tons daquela bela música e por lá ficar: “feita de luz mas que de vento”... Chico Buarque bem que me entederia! Alguns artistas ( e nisso incluo poetas, músicos e demais sonhadores ) parecem conhecer a fundo o coração da gente, quando falam de si, mostram  um pouco também de nós. Quem nunca pensou, ao menos por um segundo: essa canção foi feita pra mim? Eu já me apropriei de centenas de músicas ( com o devido credito ao autor, é claro) Naquele momento, elas e só elas pareciam entender o que eu sentia. Letra por letra. Rima por rima. Em cada nota um espanto. E uma sensação de pura comunhão com o mundo: é eu não estou sozinha. A arte também foi feita pra unir, pra protestar, para seduzir. Por isso, passo a vida escrevendo, lendo, garimpando frases, buscando o verso certo, a estrofe perfeita, ou um conhecimento maior sobre mim mesma. Se estou conseguindo? Não sei. A arte nem sempre é bondosa. Um dia nos pega no colo e, no outro, nos faz enxergar o que ainda é difícil de ver. Mas tudo bem. Enquanto houver um poema pra nos consolar e uma boa canção pra nos comover, “ a gente vai levando”...
Já dizia Cazuza:   “ Pra poesia que agente não vive
                               Transformar o tédio em melodia”...
Eu sou uma eterna apaixonada por palavras, música e pessoas inteiras, não me importa seu sobrenome, onde você nasceu, quanto carrega no bolso...Pessoas vazias são chatas e me dão sono. Gosto de quem mete a cara, arrisca o verso, desafia a vida, que mostram quem são de verdade por dentro. Gosto de GENTE. Gente sente, gente ama, sofre, sente sono e tem medo. EU TENHO MEDO. Eu na verdade tenho poucos medos... Tenho medo de gente fingida, na verdade tenho medo dos sentimentos que elas me provocam, sinto sono, nojo, fico de mau-humor ...Antes que a conversa se estenda, quero esclarecer logo:  Não sou hipócrita, veja bem, brigo cá com meus defeitos ( que são caros, fartos e meus). É! estou naqueles momentos silenciosos em que pouca coisa parece fazer sentido. Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora (as vezes nem por fora) pra ninguém desconfiar, mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, uma alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso, quero o que não vejo, quero o que não entendo, quero muito e quero sem fim. Não cresci pra ser mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida.
Eu sou criança e vou crescer assim. Gosto de abraçar apertado, sentir alegria inteira, inventar mundos , misturar cores...O simples me faz rir, o complicado me aborrece. Tenho um coração maior do que eu, nunca sei minha altura, tenho o tamanho de um sonho, e o sonho escreve a minha vida que as vezes eu risco, rabisco, embolo e jogo debaixo da cama(pra descançar o coração e dormir sossegada).
Coragem eu tenho um monte. Medo como já disse tenho poucos...Tenho medo de Jornal Nacional, de lagartixa branca, de maionese vencida, tenho medo das pessoas, tenho medo de mim. Minha bagunça mora aqui dentro, pensamentos dormem e acordam, nunca sei a hora certa, mas uma coisa eu digo: eu não paro, perco o rumo, ralo o joelho, bato de frente com a cara na porta: sei aonde quero chegar, mesmo sem saber como. E vou! Sempre me pergunto quanto falta, se está perto, com que letra começa, se vai ter fim, se vai dar certo. Sempre questiono se você está feliz, se posso levar pra casa, se eu posso te levar pra mim. Não gosto de meias palavras, de gente morna, nem de amar em silêncio. Aprendi que palavra é igual oração: tem que ser inteira senão perde a força, e força não há de faltar porque aqui dentro eu carrego o meu mundo...Sou menina levada, sou criança crescida com contas para pagar, e mesmo pequena, não deixo de crescer, trabalho igual gente grande, fico séria, traço metas... mas quando chega a hora do recreio, aí vou eu ...Escrevo escondido, faço manha, tomo sorvete no pote, choro quando dói, quando não dói. E eu amo, amo igual criança, com olhos vidrados, amo com todas as letras: A-M-O. Sem restrições, sem medo, sem frases cortadas, sem censura. Quer me entender? Não precisa. Quer me fazer feliz? Me dê um chocolate, um bilhete, um abraço bem apertado ou conte-me uma historinha bonita pra me fazer sonhar... Não importa! Sou criança e criança não liga pra preço, pra laço de fita e cartão com relevo. Criança gosta mesmo é de beijo, abraço e surpresa! E eu como boa criança que sou quero mais é rasgar o pacote!

Nenhum comentário:

Postar um comentário